A mamoplastia redutora é uma intervenção segura e eficaz para o tratamento da macromastia sintomática em mulheres de todas as idades. No entanto, existe controvérsia sobre a necessidade de exame histológico do espécime cirúrgico de pacientes com menos de 25 anos. Por isso, um estudo recentemente publicado no periódico Plastic Reconstructive Surgery caracterizou os achados microscópicos incidentais em mamoplastia redutora de mulheres adultas jovens (< 25 anos), para determinar se existe benefício na realização de exame histopatológico de rotina do tecido mamário dessa população de pacientes.
Trata-se de uma revisão retrospectiva de mulheres jovens (com 24 anos ou menos), submetidas a mamoplastia redutora (unilateral ou bilateral), a fim de identificar dados demográficos, idade no momento da cirurgia, fatores de risco para câncer de mama e dados patológicos. A reavaliação histológica foi realizada quando o esclarecimento diagnóstico se fez necessário. Também incorreram a análises univariadas e multivariadas.
Ao todo, 798 mulheres jovens (idade média no momento da cirurgia de 17,5 ± 2,0 anos; IMC médio de 28,7 ± 5,7 kg/m2; e peso médio do tecido mamário ressecado de 685 ± 339 gramas/mama) participaram do estudo. A maioria apresentou tecido patologicamente normal (n = 704; 88,2%).
Das 94 pacientes (11,8%) com achados patológicos anormais, 21 (2,6%) tinham alterações benignas não proliferativas, 64 (8%), lesões proliferativas sem atipia, nove (1,1%) apresentaram lesões proliferativas com atipia e em uma única paciente (0,1%) verificou-se um tumor de filodes borderline. Análises univariadas e multivariadas revelaram que a idade da menarca menor que 12 anos foi significativamente associada ao aumento da incidência de lesões proliferativas.
Em conclusão, mais de 10% das mulheres jovens com mamoplastia redutora apresentam achados histopatológicos positivos. Apesar da baixa incidência geral de lesões atípicas, os autores continuam a defender a avaliação patológica de rotina, particularmente para mulheres com menarca precoce, uma vez que a identificação precoce é capaz de melhorar a vigilância pós-operatória.
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https://journals.lww.com/plasreconsurg/Abstract/2021/03000/Incidental_Pathologic_Findings_in_Young_Adult.7.aspx