Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Revisão de estudos sobre distração osteogênica comprova eficácia do procedimento para craniossinostose

A distração osteogênica tem sido proposta como alternativa à cirurgia de remodelamento craniano em pacientes com craniossinostose, mas a descrição da técnica e dos resultados é limitada a poucos casos. Para compreender melhor o tema, cirurgiões plásticos da Johns Hopkins University (EUA) revisaram a literatura com ênfase em análise descritiva, técnicas operatórias, resultados e complicações pós-operatórias da distração osteogênica. O método também foi comparado com a cirurgia de remodelamento craniano – as conclusões foram publicadas no Plastic and Reconstructive Surgery, em setembro de 2016.

A partir de 1.325 artigos revisados, foram selecionados 53 estudos, que reuniam 880 crianças submetidas à distração osteogênica para craniossinostose. As placas de distração foram utilizadas em 754 pacientes (86%), enquanto que as molas foram usadas nos outros 126 pacientes (14%). A distração com placas (padrão) e com molas trataram a condição primária com sucesso em 98% dos casos.

Resultados mais limitados foram observados em 11 pacientes (1,3%), e complicações menores ocorreram em 172 pacientes (19,5%). Complicações maiores foram raras, acometendo apenas 31 pacientes (3,5%). Duas mortes foram relatadas. O tempo cirúrgico e a perda sanguínea foram ligeiramente maiores para os pacientes submetidos à cirurgia de remodelamento craniano, porém as diferenças não foram estatisticamente significativas.

Como conclusão, os autores afirmam que a distração osteogênica é uma técnica efetiva de remodelamento da calota craniana para tratamento da craniossinostose. Não houve diferença significativa relacionada ao tempo cirúrgico, à perda sanguínea, à necessidade de transfusão ou de cuidados intensivos, em comparação com a cirurgia de remodelamento craniano.

A avaliação de resultados com período de seguimento mais longo e a investigação de custos, recidivas e taxas de reoperação são necessárias para uma comparação mais efetiva entre os procedimentos. Veja a íntegra do artigo aqui.