Os objetivos deste estudo foram examinar os aspectos cirúrgicos, oncológicos, e resultados estéticos de pacientes submetidos à lipoenxertia autóloga para reconstrução de cabeça e pescoço após tratamento oncológico.
Foi realizada uma revisão de 119 pacientes consecutivos submetidos a enxerto de gordura autólogo para reconstrução oncológica de cabeça e pescoço, entre 2005 e 2014. Os resultados estéticos foram avaliados por um grupo de 10 cirurgiões plásticos e 10 leigos, usando uma escala Likert de cinco pontos.
Um total de 190 procedimentos de lipoenxertia foram realizados em 116 pacientes. Destes, 69% tinham recebido radioterapia antes de sua reconstrução cirúrgica. O número médio de tratamentos por paciente foi de 1,6 ± 1 (variação de 1 a 6), com um volume médio de injeção de 24,8 ± 20,2 ml.
O tempo médio de acompanhamento do primeiro procedimento de lipoenxertia foi de 35,8 ± 23,1 meses. Complicações ocorreram em 6%, nenhum dos quais exigiu um retorno à sala de cirurgia ou internação hospitalar.
Recorrência oncológica foi observada em seis pacientes (três locais, um regional, e dois à distância). Recorrências locorregionais foram em áreas fora de onde a gordura foi enxertada. A análise estética revelou que tanto os cirurgiões plásticos como os leigos concluíram que os pacientes pareciam mais próximos do normal após o enxerto de gordura autólogo.
Este estudo sugere que a lipoenxertia autóloga desempenha um valioso papel na melhoria dos resultados estéticos, complementando ou substituindo retalhos para reconstrução oncológica de cabeça e pescoço, ambas com baixas taxas de complicações e nenhuma evidência de estar associada à recorrência do câncer.
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