Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

O que o cirurgião plástico deve saber sobre a reconstrução mamária pré-peitoral?

A reconstrução mamária pré-peitoral emergiu como uma excelente técnica para a reconstrução pós-mastectomia, pois permite a preservação total da função do músculo peitoral e da parede torácica do paciente. Essa técnica está associada à redução da dor, elimina a deformidade de movimentação e resulta em alta satisfação do paciente.

No último Congresso da American Society of Plastic Surgeons (ASPS), realizado em outubro de 2017, em Orlando (EUA), o tema foi exaustivamente debatido. Para melhor estudar a reconstrução de mama pré-peitoral, o cirurgião plástico Hani Sbitany, da Universidade da Califórnia, publicou um artigo em um suplemento do periódico Plastic and Reconstructive Surgery, de dezembro passado. Tal suplemento foi totalmente dedicado ao tema.

A reconstrução de mama pré-peitoral, realizada com segurança, requer um processo cuidadoso de seleção do paciente, tendo em vista as comorbidades, a presença de radioterapia no plano terapêutico e os critérios oncológicos, como a localização do tumor e o estágio do câncer de mama.

Além disso, uma avaliação intraoperatória minuciosa dos retalhos de pele da mastectomia é crítica, com uma cuidadosa e precisa confirmação de que a pele é viável e bem perfundida, antes de prosseguir com a reconstrução mamária pré-peitoral. Isso pode ser feito clinicamente e com dispositivos de avaliação de perfusão.

O uso de matriz dérmica acelular (ADM) melhorou os resultados e a estética da reconstrução pré-peitoral, fornecendo cobertura de implantes e suporte de tecidos moles. A ADM também agrega o benefício de reduzir as taxas de contratura capsular e oferece controle total sobre a definição estética da loja do implante recém-reconstruída.

O aprimoramento estético dos resultados requer o uso rotineiro de implantes de grandes dimensões no envelope cutâneo, seleção cuidadosa de implantes de projeção alta ou de gel coesivo, e enxerto de gordura autóloga.

Desta forma, em todos os cenários clínicos, os pacientes podem se beneficiar da técnica de preservação muscular da reconstrução mamária pré-peitoral, incluindo aquelas submetidas à reconstrução imediata, reconstrução tardia e conversão tardia de um plano subpeitoral para pré-peitoral para corrigir a deformidade de movimentação.

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https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2017/12001/Important_Considerations_for_Performing.4.aspx