Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Evidências da profilaxia com antibióticos em reconstrução mamária com implantes

Embora dados de outras especialidades cirúrgicas não apoiem o uso prolongado de antibióticos profiláticos no pós-operatório, a reconstrução mamária com implantes é uma das áreas da cirurgia plástica em que isso pode ser justificado. Para estudar esse assunto, cirurgiões plásticos da Duke University e da Harvard University, nos Estados Unidos, fizeram uma revisão da literatura sobre a antibioticoprofilaxia em reconstruções mamárias com prótese, sumarizando seus achados e fornecendo recomendações. O estudo foi publicado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, em outubro de 2016.

A revisão teve como objetivo identificar artigos que comparassem diferentes regimes de antibioticoprofilaxia perioperatória em relação ao surgimento de infecção em reconstruções mamárias com implantes. Foram identificados cinco estudos e cinco revisões sistemáticas.

Um estudo prospectivo e randomizado mostrou que uma dose única de antibiótico pré-operatória foi melhor que o placebo, e outro mostrou que não houve diferença entre 24 horas versus até a remoção do dreno. Três estudos foram retrospectivos, um mostrando que não houve diferença entre uma dose única pré-operatória e o uso prolongado, e dois mostrando redução significante nas complicações infecciosas com o uso prolongado de antibióticos.

Uma revisão sistemática sugeriu aumento nas taxas de infecção com o uso prolongado de antibióticos, e as outras mostraram que não houve diferença entre o uso menor ou maior que 24 horas, porém mostraram redução das infecções comparado ao não tratamento.

Portanto, a literatura contem dados conflitantes relativos à melhor duração da antibioticoprofilaxia perioperatória após reconstruções mamárias com implantes.

A opinião dos autores é que a antibioticoprofilaxia por 24 horas é justificada e que estudos futuros são necessários. A profilaxia antibiótica direcionada ao paciente e baseada na avaliação de risco pode ser uma alternativa mais efetiva do que os protocolos atuais de uso indiscriminado para controle de infecção do sítio cirúrgico.

Leia a íntegra do artigo:
http://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2016/10000/Antibiotic_Prophylaxis_following_Implant_Based.1.aspx