Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Estudo avalia o risco atual estimado do BIA-ALCL em implantes mamários texturizados

Com o linfoma anaplásico de grandes células associado ao implante mamário (BIA-ALCL), agora aceito como um subtipo único (iatrogênico) de ALCL diretamente associado a implantes mamários texturizados, faz-se necessário um perfil epidemiológico sólido e uma estimativa de risco.

Publicado em suplemento do periódico Plastic and Reconstructive Surgery de março de 2019, este artigo tem como objetivo fornecer uma revisão global abrangente e atualizada dos dados epidemiológicos disponíveis e literatura relacionada à incidência, risco e prevalência de BIA-ALCL.

Toda a literatura atual relacionada à epidemiologia do BIA-ALCL foi revisada, apontando barreiras relacionadas a um estudo epidemiológico sólido. Além disso, foram analisadas as tendências relacionadas à distribuição geográfica e observadas a prevalência e as características dos implantes mamários.

Existem barreiras significativas para a estimativa precisa tanto do número de mulheres com implantes (denominador), quanto do número de casos de BIA-ALCL (numerador), incluindo registros insatisfatórios, subnotificação, falta de conhecimento, turismo cosmético e medo de processos judiciais.

A incidência e o risco de BIA-ALCL aumentaram drasticamente de relatos iniciais de 1 por milhão para as estimativas atuais de 1/2.832, e é amplamente dependente da “população” (tipo de implante e características) examinada e maior conscientização da doença.

Como conclusão, os autores afirmam que, apesar de muitas barreiras estarem no caminho do cálculo de estimativas precisas da incidência e do risco de desenvolver BIA-ALCL, o progresso constante, os registros internacionais e a colegialidade entre as equipes de pesquisa estão permitindo, pela primeira vez, estimativas precoces.

O mais impressionante é o aumento exponencial da incidência na última década, o que pode ser explicado em grande parte pelos subtipos de implantes cada vez mais específicos examinados, impulsionados por nossa compreensão do mecanismo patológico da doença. Os implantes de alta área superficial de alta textura (superfície de grau 4) representam o maior risco de BIA-ALCL (1/2.832).

Leia mais aqui:
https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2019/03001/Current_Risk_Estimate_of_Breast_Implant_Associated.7.aspx