Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Contratura capsular em reconstrução mamária com implantes associada à matriz dérmica acelular

O uso de matriz dérmica acelular nas reconstruções mamárias com implantes parece estar associado com menor incidência de contratura capsular, comparado com a reconstrução convencional. Contudo, a maioria dos estudos com matrizes dérmicas tem sido de curta duração, fazendo com que a incidência a longo prazo de contratura capsular com uso de matrizes ainda seja desconhecida.

Para realizar essa investigação, cirurgiões plásticos americanos fizeram um estudo incluindo pacientes submetidos à reconstrução mamária com matrizes dérmicas de 2001 a 2014. O artigo foi publicado no Plastic and Reconstructive Surgery de agosto de 2016.

A incidência cumulativa de contratura capsular foi determinada pelo cirurgião de cada paciente. Os autores realizaram uma revisão retrospectiva dos prontuários, baseada em dados obtidos prospectivamente, como informações dos pacientes, das mamas, das cirurgias e dos implantes, que foram analisadas como fatores de risco potenciais para o desenvolvimento de contratura capsular.

Um total de 1.584 reconstruções mamárias foram realizadas em 863 pacientes. A média de seguimento dos pacientes foi 4,7 anos; 45% dos pacientes tiveram seguimento maior ou igual a 5 anos. A incidência cumulativa de contratura capsular foi de 0,8%.

Os implantes de volumes menores que 400 ml e a radioterapia pós-operatória foram significativamente associadas com um risco aumentado de contratura capsular. Em mamas irradiadas, a incidência de contratura capsular foi de 1,9%. Todos os eventos de contratura capsular surgiram em até dois anos, e nenhum novo evento foi observado após esse período.

Como conclusão, os autores afirmam que, neste estudo de longo prazo, a incidência cumulativa de contratura capsular nas reconstruções mamárias com uso de matriz dérmica acelular permanece baixa, mesmo em mamas irradiadas. A contratura capsular parece ser um evento precoce, e um seguimento mais longo dos pacientes não aumentou a sua incidência, sugerindo que a matriz dérmica pode realmente reduzir o desenvolvimento de contratura capsular, ao contrário de atrasar a sua ocorrência.

Leia a íntegra do estudo aqui.