Conforme o novo Coronavírus avançava pelo mundo e forçava o Brasil a se preparar para a chegada da pandemia, Dr. Johnny Aldunate se tornava cada vez mais inclinado a participar ativamente do atendimento aos pacientes. Assim, o cirurgião plástico acabou ingressando no Hospital de Campanha do Anhembi, em São Paulo, onde tem enfrentado plantões cansativos, porém gratificantes.
Em entrevista ao presidente da Regional São Paulo, Dr. Felipe Coutinho, com participação da cirurgiã plástica Dra. Maíra Scapolan, o especialista fala sobre a rotina de atendimento, revela o seu entusiasmo em participar desse momento tão desafiador e alerta para a necessidade de uma formação ampla, que possibilite ao médico atuar em diferentes áreas.
A entrevista é parte da série “COVID-19: O Cirurgião Plástico na Linha de Frente”, em que a Regional São Paulo reúne depoimentos de especialistas impactados pela pandemia do novo Coronavírus, no âmbito profissional e pessoal. Desde a chegada da doença no país, trinta entrevistas já foram realizadas e estão publicadas de forma permanente no site da entidade. “É um registro histórico”, afirma do Dr. Coutinho.
Em sua experiência na linha de frente, Dr. Aldunate observa que os protocolos e recomendações de atendimento mudam de forma dinâmica, muito diferente do que estava acostumado em seu cotidiano profissional. “É algo diferente do que a gente lê nos livros”, diz ele.
Além disso, o cirurgião plástico fala sobre o contato com o paciente. Diferente de outras situações, muitos dos pacientes COVID estão conscientes, observando tudo o que acontece nas unidades de atendimento, mas ao mesmo tempo sem conseguir identificar os médicos, que estão com os rostos cobertos pelos equipamentos de proteção. “Nós mesmos, quando vamos almoçar, ficamos sem saber se os enfermeiros e médicos ao nosso lado são os mesmos que estávamos conversando minutos antes, nos atendimentos”, conta.
Toda a experiência tem levado o especialista a refletir sobre o exercício da profissão e também sobre questões pessoais. “Havia planejado um ano bem diferente, com viagens, mas fomos pegos de surpresa pela pandemia. Agora, precisamos ter calma, paciência e esperar. Mas estou muito feliz com o que estou fazendo agora”, afirma.
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