Coordenador da Cirurgia Plástica Reparadora do ICESP (Instituto do Câncer de São Paulo), Prof. Dr. Fábio Busnardo fala sobre as mudanças e os desafios enfrentados por um dos maiores centros de cirurgia plástica reparadora do País, frente à pandemia do novo Coronavírus. “O paciente oncológico é um paciente de muito risco para a COVID, por isso são necessárias várias medidas”, ressalta o especialista.
Em entrevista ao presidente da Regional São Paulo, Dr. Felipe Coutinho, e ao secretário da entidade, Dr. José Octavio Gonçalves de Freitas, o cirurgião plástico recorda o início dos atendimentos no instituto, fala sobre a estrutura atual da especialidade e quais foram as adequações realizadas para a pandemia.
O atendimento a pacientes entubados, por exemplo, precisou ter a criação de um protocolo específico contra ulceras, quando necessário manter o paciente pronado. “Lembro de uma reportagem na TV sobre o avanço da pandemia na Itália e a gravação no hospital mostrava muitos pacientes pronados”, recorda. A partir disso, o especialista encontrou um artigo sobre procedimentos adotados no NHS do Reino Unido (sistema público de saúde, semelhante ao SUS brasileiro), que acabou servindo de base para o protocolo do hospital.
Além disso, o especialista revela que houve redução significativa das cirurgias plásticas, afetando o treinamento dos residentes. Hoje, com uma equipe de 12 assistentes e até outros 34 médicos, somando residentes e estagiários, foi preciso reduzir o ritmo para garantir a segurança de todos e se preparar para o avanço da pandemia. Os pacientes oncológicos com suspeita de COVID têm sido encaminhados ao Instituto Central.
Na vida pessoal, o cirurgião plástico conta que tem passado mais tempo com a família, a mulher e dois filhos. O filho mais novo está se adaptando ao ensino à distância, enquanto o mais velho, praticante de esgrima, tem treinado em casa e reavalia um possível intercâmbio na Europa, para aperfeiçoar seu desempenho no esporte.
A entrevista é parte da série “COVID-19: O Cirurgião Plástico na Linha de Frente”. A iniciativa tem reunido depoimentos de cirurgiões plásticos atuantes em diversos segmentos da especialidade, para mostrar o impacto da pandemia na vida pessoal e profissional.
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