A prata é um material frequentemente utilizado no tratamento de feridas, por conta de suas propriedades antimicrobianas. No entanto, ela pode prejudicar a cicatrização, exercendo efeitos tóxicos nos queratinócitos e fibroblastos. A literatura médica publicada sobre o uso da prata no tratamento de feridas é muito heterogênea, dificultando a criação de diretrizes úteis ao tratamento.
Recentemente, uma pesquisa reuniu dados de estudos sobre o assunto. O trabalho apresenta uma análise qualitativa detalhada dos artigos publicados, focada na avaliação das evidências sobre o uso de prata em feridas infectadas, feridas limpas, queimaduras e incisões cirúrgicas fechadas.
No total, foram considerados 59 estudos. Descobriu-se que a qualidade das pesquisas publicadas sobre prata geralmente é baixa. Embora existam evidências para o uso em curto prazo de curativos contendo prata nanocristalina em feridas infectadas, o uso deste em feridas limpas e em incisões cirúrgicas fechadas não é indicado.
Além disso, a prata pode ser utilizada como adjuvante para acelerar a cicatrização de feridas contaminadas, quando tratadas com pressão negativa.
No caso de queimaduras, a sulfadiazina de prata retarda a cicatrização e não deve ser utilizada. Em vez dela, a prata nanocristalina, ou alternativas como octenidina e poliexanida, tendem a reduzir as infecções e favorecem a cicatrização rápida.
Nas feridas infectadas, a prata é benéfica nos primeiros dias ou semanas. Depois disso, recomenda-se o uso de curativos sem prata. Para feridas limpas e incisões cirúrgicas fechadas, a prata não confere benefício.
As formulações de prata ideais são prata nanocristalina e esponja de poliuretano revestida com prata para terapia de feridas com pressão negativa. A sulfadiazina de prata prejudica a cicatrização de feridas. O uso adequado de curativos contendo prata é essencial para favorecer a cicatrização de feridas.
Leia mais aqui:
https://journals.lww.com/prsgo/Abstract/latest/Silver_in_Wound_Care_Friend_or_Foe___A.97822.aspx