Inflamações crônicas em obesos mórbidos alteram significativamente o tecido cutâneo. Embora a grande perda de peso pós-bariátrica seja capaz de minimizar ou interromper os danos da síndrome metabólica, há deterioração da condição clínica da pele.
A flacidez cutânea pós-bariátrica produz grandes dificuldades para a cirurgia plástica. Neste estudo, publicado no periódico PRS Global Open, analisa-se as diferenças na composição proteica da pele em pacientes com obesidade mórbida e aqueles após grande perda de peso. Em seguida, são estabelecidas correlações entre proteínas expressas diferencialmente e características clínicas do tecido cutâneo pós-bariátrico, para melhorar as técnicas de cirurgia de contorno corporal.
Fragmentos de pele foram removidos do abdome de 32 pacientes, distribuídos em três grupos: obesos mórbidos, grande perda de peso sem cirurgia e cirurgia pós-bariátrica. As amostras foram submetidas à análise proteômica e os perfis proteicos dos grupos foram comparados. Seis proteínas de interesse clínico expressas diferencialmente foram validadas por imuno-histoquímica e análise estatística.
Análises comparativas confirmaram diferenças no perfil proteico da pele entre os grupos obesos mórbidos e grupos de perda de peso. Observou-se um aumento persistente nos marcadores inflamatórios em todos os grupos, como a haptoglobina, e uma diminuição na expressão do colágeno XIV, que regula as propriedades físicas do tecido cutâneo, no grupo pós-bariátrico.
A alta expressão de haptoglobina associada à diminuição do colágeno XIV, vinculina e periplakina nos grupos após grandes perdas de peso, principalmente pós-bariátricas, confirma que a lesão inflamatória permanece ativa na pele e causa alterações na sua organização estrutural, com sérias repercussões em suas características clínicas e propriedades físicas.