Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Melanoma cutâneo: estudo revela incidência de linfonodo não visualizado em linfocintilografia

A linfocintilografia é frequentemente realizada antes da biópsia do linfonodo sentinela, especialmente em áreas que podem ter padrões de drenagem múltiplos ou aberrantes. Neste artigo, publicado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Yale (EUA) determinaram a incidência e as características de pacientes com melanoma, cujos resultados linfocintilográficos não visualizaram linfonodos. O trabalho também apresenta uma revisão das opções de tratamento e das recomendações cirúrgicas.

Os autores realizaram um estudo retrospectivo de pacientes com melanoma cutâneo primário, submetidos a biópsia de linfonodo sentinela, entre 2005 e 2016. Os pacientes com linfonodos não visualizados na linfocintilografia pré-operatória foram comparados na proporção de 1:4, com uma coorte selecionada aleatoriamente de todos os pacientes com melanoma, que realizaram linfocintilografia pré-operatória no período do estudo. Dados demográficos, clínicos e de desfecho foram comparados entre esses grupos.

Uma varredura linfocintilográfica negativa foi observada em 2,3% de todos os casos (25 de 1.073). Os fatores preditivos específicos para pacientes e tumores para linfocintilografia negativa incluíram idade avançada e localização da cabeça e pescoço.

Pacientes com um linfonodo sentinela não visualizado tiveram sobrevida global significativamente pior, em comparação com pacientes que tinham um linfonodo sentinela visualizado – mas não houve diferença na sobrevida específica do melanoma. Em 16 dos 25 casos (64%), pelo menos um linfonodo sentinela foi encontrado no intraoperatório, apesar dos achados linfocintilográficos negativos.

Como conclusões, os autores afirmam que pacientes idosos com melanomas de cabeça e pescoço são mais propensos a apresentar não-visualização nodal na linfocintilografia. Nesses pacientes, o cirurgião deve tentar a biópsia do linfonodo sentinela no momento da excisão da lesão primária, pois um linfonodo sentinela ainda pode ser encontrado na maioria dos casos, e oferece informações prognósticas.

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https://journals.lww.com/plasreconsurg/Abstract/2018/10000/Nonvisualization_of_Sentinel_Lymph_Nodes_by.36.aspx