Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Enxerto autógeno de gordura enriquecido com células-tronco combate alopecia androgenética

A alopecia androgenética é a principal causa de perda de cabelos em homens e mulheres e se manifesta como perda progressiva dos fios, decorrente de fatores genéticos e alterações andrógenas. Apesar se existir tratamento medicamentoso e tópico, estes precisam ser usados de forma contínua e apresentam reações adversas.

Nos últimos anos, o uso de enxerto de gordura e células-tronco derivadas de gordura (ADSCs) como terapia de regeneração celular em diversas áreas despertou o interesse de pesquisadores quanto ao seu efeito em pacientes com alopecia androgenética. Neste artigo, avalia-se a segurança e a viabilidade de enxertos de gordura enriquecidos com ADSCs na fase precoce da alopecia androgenética.

Para isso, selecionaram e trataram 71 pacientes, divididos em quatro grupos: dois receberam enxerto de gordura enriquecido com diferentes quantidades de ADSCs, um recebeu apenas enxerto de gordura e outro funcionou como placebo, recebendo apenas solução salina.

Os enxertos foram alocados no plano da pele e do subcutâneo do couro cabeludo. Foram tratados 40 cm2 de couro cabeludo, sendo que macrofotografia e fotografia global foram obtidas no pré-operatório e no seguimento de seis, 24 e 52 semanas.

Nos resultados, os pesquisadores observaram que o tratamento foi bem tolerado por todos os pacientes e não houve complicações nem efeitos adversos. Ao avaliar todos os pacientes após 24 semanas, não houve diferenças estatísticas entre nenhum dos grupos em relação à contagem ou largura de fios não-lisos (terminais). Houve, no entanto, aumento (alteração média da linha de base) na contagem de cabelo terminal para o grupo enriquecido com ADSCs em baixa dose (no subgrupo Norwood Hamilton 3) na semana 06 (13,90 ± 16,68), semana 12 (11,75 ± 19,42), semana 24 (16,56 ± 14,68) e semana 52 (2,78 ± 16,15), em relação ao grupo de solução salina, sendo essa diferença estatisticamente significativa na semana 24.

O trabalho conclui que o uso de enxerto de gordura e gordura enriquecida com ADSC para alopecia androgenética é segura e bem tolerada, gerando aumento na contagem de cabelos terminais em homens que utilizaram a gordura enriquecida com as células-tronco na 24ª semana pós-tratamento. Portanto, essa abordagem se mostra promissora para alopecia androgenética precoce.

Veja o estudo completo aqui:
https://academic.oup.com/asj/article/40/6/NP328/5722400