Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Craniossinostoses não sindrômicas estão associadas a risco maior de distúrbios psiquiátricos

A craniossinostose é uma das mais frequentes malformações craniofaciais, que demandam tratamento cirúrgico na infância. Contudo, os dados sobre a morbidade psiquiátrica geral em crianças com a doença não sindrômica são limitados. Diante disso, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, investigaram o risco dessa complicação. Os resultados foram publicados na Plastic and Reconstructive Surgery, em agosto de 2020.

Os autores revisaram uma coorte baseada em registro de todos os indivíduos nascidos com craniossinostose não sindrômica na Suécia, de 1973 a 1986 e 1997 a 2012 (n = 1238). A coorte de craniossinostose não sindrômica foi comparada com uma coorte de comunidade combinada (n = 12.380) e com irmãos não afetados (n = 1485).

Investigou-se o risco de transtornos psiquiátricos, tentativas de suicídio e suicídios usando a regressão de Cox, ajustada para fatores perinatais e somáticos, estação e ano de nascimento, sexo, fatores socioeconômicos dos pais e transtornos psiquiátricos dos pais.

Crianças com craniossinostose não sindrômica tiveram um risco maior para transtornos psiquiátricos, incluindo deficiência intelectual, distúrbios de linguagem, distúrbios do neurodesenvolvimento e outros transtornos.

Irmãos com craniossinostose não sindrômica eram mais propensos, nas análises brutas, a serem diagnosticados com transtorno psiquiátrico, incluindo deficiência intelectual, transtornos de linguagem e transtornos do neurodesenvolvimento, em comparação com irmãos não afetados.

A pesquisa conclui que crianças com craniossinostose não sindrômica demonstraram riscos maiores para transtorno psiquiátrico em comparação com crianças sem a malformação. Esses riscos não podem ser totalmente explicados por influências familiares, como fatores genéticos ou ambientais, e mais pesquisas são necessárias para elucidar as vias fisiopatológicas subjacentes.

No entretanto, existe a necessidade de consciência clínica desses riscos e acompanhamento adequado dos pacientes.

Leia mais aqui: https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2020/08000/Nonsyndromic_Craniosynostosis_Is_Associated_with.25.aspx