Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Segurança do enxerto de gordura após cirurgia oncológica: enfrentando a contradição entre estudos clínicos e in vitro

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, investigou a interação in vitro e in vivo de células de câncer de mama humano e células-tronco, derivadas de tecido adiposo humano, para abordar a controvérsia sobre a segurança da lipoenxertia pós-mastectomia. Os resultados foram publicados na edição de dezembro de 2018 do periódico Plastic and Reconstructive Surgery.

Os autores co-cultivaram células-tronco derivadas de tecido adiposo humano e células de câncer de mama MDA-MB-231, em um ensaio de migração celular in vitro, para examinar a migração de células de câncer de mama.

No braço in vivo, os autores injetaram células de câncer de mama (grupo I), células de câncer de mama humano mais células-tronco adiposas humanas (grupo II), células de câncer de mama humano mais enxerto de gordura humana (grupo III) e células de câncer de mama humano mais enxerto de gordura humana com células estaminais derivadas de tecido adiposo humano (grupo IV), no panículo de gordura mamárias de ratos nudes ou atímicos (n = 20). Foram examinados tumores, fígados e pulmões dos animais por histologia, após duas semanas.

A migração de células de câncer de mama aumentou significativamente quando co-cultivadas com células-tronco derivadas de tecido adiposo (p < 0,05). A taxa de crescimento tumoral no grupo IV foi significativamente maior do que nos grupos I e II (p < 0,05). A taxa de crescimento tumoral no grupo III também foi maior do que nos grupos I e II, mas essa diferença não foi estatisticamente significativa (p > 0,05). Histologicamente, não houve metástase hepática nem pulmonar no final de duas semanas. A densidade vascular nos tumores do grupo IV foi significativamente maior que nos demais grupos (p < 0,01).

Diante disso, os autores concluíram que a injeção de células de câncer de mama, enxerto de gordura e células-tronco derivadas de tecido adiposo aumentam significativamente as taxas de crescimento de xenoenxerto de câncer de mama.

 

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https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2018/12000/Fat_Graft_Safety_after_Oncologic_Surgery__.20.aspx