Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Revisão de literatura avalia as estratégias para reconstrução da planta do pé

A reconstrução da superfície plantar do pé é um desafio devido à sua anatomia e microarquitetura distintas. Infelizmente, nenhuma opção de cobertura única atende às necessidades de todos os pacientes e defeitos. Em artigo publicado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, em abril de 2019, cirurgiões plásticos da University of Washington, nos Estados Unidos, fizeram uma revisão abrangente da literatura para definir as melhores opções reconstrutivas disponíveis à planta do pé.

Uma busca sistemática da literatura foi realizada para identificar artigos relacionados à reconstrução da pele e dos tecidos moles da planta do pé. As bases de dados PubMed, Embase e Scopus foram consultadas e, após a exclusão de registros duplicados, 1.624 artigos estavam disponíveis para revisão. Um total de 280 artigos exclusivos foram considerados na análise, com um total de 2.684 reconstruções individuais.

Dos artigos revisados, 10% descreveram uma técnica de enxerto de pele, 53% descreveram um retalho locorregional, 32% descreveram transferência de retalho livre e 5% descreveram múltiplos métodos reconstrutivos.

Defeitos isolados no calcanhar foram as subunidades mais frequentemente reconstruídas da superfície plantar do pé (73%). O músculo grande dorsal foi o retalho livre mais comumente utilizado, enquanto o retalho da artéria sural reversa foi o retalho locorregional mais utilizado.

A sensibilidade protetora foi notada na maioria das reconstruções locorregionais e de retalho livre, independentemente da neurotização primária; entretanto, melhorou-se a discriminação de dois pontos quando os retalhos neurofasciocutâneos foram usados.

As taxas de complicações variaram muito, embora as taxas de perda de retalho se aproximassem das de retalhos realizados em outros locais anatômicos.

Como conclusões, os autores afirmam que existem numerosos métodos para reconstruir a superfície plantar. A seleção adequada do retalho deve ser determinada pelo tamanho do defeito, pela disponibilidade do tecido do doador e pela experiência e conforto do cirurgião com a técnica de reconstrução.

Leia mais aqui:
https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2019/04000/Strategies_for_Reconstruction_of_the_Plantar.54.aspx