Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Profilaxia prolongada com antibióticos é ineficaz na redução de infecções em reconstrução mamária imediata com implante

Cerca de 50 mil mulheres são submetidas à mastectomia anualmente nos Estados Unidos, procedimento combinado com a reconstrução mamária imediata, realizada com prótese. A maioria recebe antibióticos profiláticos no pós-operatório. Contudo, o efeito desses medicamentos sobre o risco de infecções no sítio cirúrgico permanece incerto.

Para estudar o assunto, cirurgiões plásticos de San Francisco e de Boston (EUA) fizeram uma revisão de artigos nas bases de dados Medline, Embase e Cochrane Library, incluindo estudos que comparam o uso de antibióticos após o procedimento de reconstrução, por menos e por mais de 24 horas. Os desfechos primários foram infecções do sítio cirúrgico e perda do implante. Esse estudo foi publicado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, de dezembro de 2016.

Os autores identificaram 927 estudos, mas apenas cinco preenchiam os critérios de inclusão, sendo quatro de coorte e outro randomizado controlado. As incidências não ajustadas de infecções no sítio cirúrgico foram de 14% com mais de 24 horas de antibióticos, 19% com menos de 24 horas de antibióticos e 16% no geral.

As incidências não ajustadas de perda de implantes foram de 8% com mais de 24 horas de antibióticos, 10% com menos de 24 horas de antibióticos e 9% em geral. O risco relativo de perda de implante foi de 1,17 com menos de 24 horas de antibióticos, o que não foi estatisticamente significativo.

Os autores concluíram que o uso prolongado de antibióticos não teve efeito estatisticamente significativo na redução das infecções do sítio cirúrgico nem na perda de implantes. Houve heterogeneidade significativa entre os estudos, e antibióticos prolongados podem ter aumentado o risco de perda de implante no ensaio controlado randomizado.

A evidência definitiva só poderá ser obtida com dados de estudos prospectivos mais randomizados e controlados.

Veja a íntegra do estudo aqui
http://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2016/12000/Do_Prolonged_Prophylactic_Antibiotics_Reduce_the.1.aspx