Os cirurgiões plásticos que realizam rotineiramente rinoplastias estão cientes de que o perfil nasal difere de acordo com a posição do corpo. Ou seja, a posição ereta na sala de consulta versus a posição supina na mesa de operação apresentam diferenças. Contudo, não está claro se essa diferença é causada por uma ilusão de ótica ou pela flacidez da pele, devido à mudança de posição.
Diante disso, pesquisadores coreanos realizaram um estudo, publicado em dezembro de 2017 no Aesthetic Surgery Journal (ASJ), com o objetivo de avaliar as medidas antropométricas do nariz em diferentes posições do corpo. Assim, seria possível determinar se a posição supina realmente afeta o perfil nasal na avaliação intraoperatoria.
Para isso, foi realizado um estudo retrospectivo de 103 pacientes submetidos à rinoplastia primária. Todos os pacientes foram submetidos à cefalografia lateral na posição ereta e tomografia computadorizada facial (TC), em posição supina, antes do procedimento. Além disso, foram medidos quatro parâmetros antropométricos nasais (ângulos nasofrontal, nasolabial e nasomental, e a relação de Simon) em cefalogramas laterais e imagens de TC facial. Em seguida, esses parâmetros entre as duas posições do corpo foram comparados.
Os autores constataram que o ângulo nasofrontal foi maior na TC facial do que nos cefalogramas (P <0,01). Essa diferença não foi relacionada a idade, sexo ou índice de massa corporal (P> 0,05 cada). Não houve diferença significativa (P> 0,05) entre as duas posições nos ângulos nasolabial e nasomental, nem na relação de Simon.
Por isso, os pesquisadores concluíram que a posição supina afeta o perfil nasal, especialmente na área do radix, e sugerem que os cirurgiões plásticos precisam considerar essa diferença em pacientes que serão submetidos à rinoplastia.
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https://doi.org/10.1093/asj/sjx135