Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Estudo mostra as taxas mundiais de mortalidade na lipoenxertia glútea

O enxerto de gordura na região glútea é um dos procedimentos estéticos de mais rápido crescimento em todo o mundo. Por isso, a Fundação de Pesquisa da ASAPS (ASERF) coletou dados sobre diversos aspectos da cirurgia, com atenção especial aos óbitos. Os resultados foram publicados no Aesthetic Surgery Journal (ASJ) do último mês de julho.

O levantamento foi realizado mundo afora e constatou que 3% dos cirurgiões plásticos respondentes relataram um óbito de paciente e 7% citaram ao menos um episódio de embolia pulmonar por gordura não fatal ao longo de suas carreiras.

No total, seiscentos e noventa e dois (692) cirurgiões responderam à pesquisa, que relatou 198.857 casos de enxerto de gordura no glúteo. No decurso de suas carreiras, os cirurgiões relataram 32 mortes por embolia gordurosa pulmonar, bem como 103 casos não fatais.

A pesquisa, baseada na web e anônima, foi enviada para 4.843 cirurgiões plásticos em todo o mundo. Dados adicionais sobre morbidade e mortalidade foram coletados por meio de entrevistas confidenciais com cirurgiões plásticos e médicos legistas, além de pedidos de registros públicos para relatórios de autópsia nos Estados Unidos e através da Associação Americana para Credenciamento de Instalações Cirúrgicos Ambulatórios (AAAASF).

Cirurgiões que relataram a prática de injetar no músculo profundo experimentaram uma taxa de incidência significativamente maior de embolia pulmonar fatal que a não fatal. Vinte e cinco mortes foram confirmadas nos Estados Unidos, dados coletados a partir de cinco anos de relatórios de autópsia e entrevistas com cirurgiões e médicos legistas.

Quatro mortes foram relatadas em 2014 e 2015, provenientes de êmbolos gordurosos pulmonares em instalações AAAASF.

Os autores concluem que, apesar da crescente popularidade do enxerto glúteo de gordura, as taxas de mortalidade significativamente maiores parecem estar associadas com este procedimento mais do que com qualquer outro procedimento cirúrgico estético.

Com base neste estudo, os pesquisadores sugerem que se deve evitar injeções de gordura no músculo profundo, além de evitar usar cânulas de diâmetro inferior a 4 mm. Concluem também que mais pesquisas são necessárias para aumentar a segurança deste procedimento. Além disso, a ASERF criou uma forca tarefa para diminuir a incidência de tal complicação.

Leia mais: https://academic.oup.com/asj/article-lookup/doi/10.1093/asj/sjx004