Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Estudo analisa resultados da reconstrução mamária com implantes em mulheres acima de 65 anos

Metade dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres com mais de 65 anos, mas apenas 4% a 14% dessas mulheres são submetidas à reconstrução.

A maioria dos estudos sobre reconstrução mamária em idosos foca no uso do expansor de tecido, seguido de implante ou reconstrução autóloga. Em teoria, a reconstrução direta com implante reduz o número de operações e de visitas pós-operatórias, mas ainda não foi investigada nos idosos.

Para melhor estudar esse assunto, cirurgiões plásticos da Cleveland Clinic Foundation (Ohio, Estados Unidos) publicaram artigo no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, de fevereiro de 2018.

Foi realizada uma revisão de prontuários de pacientes submetidas a reconstrução mamária direta com implantes entre 2012 e 2015, feita por algum membro da Divisão de Cirurgia Plástica da Cleveland Clinic. Foi analisada uma coorte controle de pacientes submetidas à reconstrução com expansor tecidual seguido de implante, no mesmo período.

A reconstrução direta com implante foi realizada em 24 mamas de 19 pacientes com pelo menos 30 dias de seguimento, e em 17 mamas de 14 pacientes com pelo menos 01 ano de seguimento.

O grupo controle submetido ao expansor de tecido seguido de implante foi composto de 109 mamas de 88 pacientes. O grupo controle foi significativamente mais jovem (p = 0,001), com menor índice de massa corporal (p = 0,004).

Não houve diferença na taxa de seroma, hematoma, infecção, necrose ou perda da reconstrução.

Os pacientes da reconstrução direta com implantes tiveram um número reduzido de dias de dreno (p < 0,001), de tempo de internação (p = 0,05 e p = 0,039), de readmissões (p = 0,03), de dias extras no hospital (p = 0,05 e p = 0,045) e de visitas pós-operatórias (p <0,001).

Como conclusão, os autores afirmam que a reconstrução mamária direta com implante no idoso produz taxas de complicações e falhas similares em comparação com a reconstrução com expansor seguido de implante. No entanto, essas pacientes tiveram número reduzido de dias de drenagem e menos readmissões, internações hospitalares e visitas pós-operatórias.

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https://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2018/02000/Direct_to_Implant_Breast_Reconstruction_in_Women.1.aspx