Os enxertos compostos constituídos por pele e tecido adiposo foram relatados na literatura, mas restritos a áreas menores que 4 a 5 cm2. Em estudo publicado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery de setembro de 2017, cirurgiões americanos relatam uma técnica de enxertos de pele de espessura total com preservação de tecido adiposo subjacente para áreas maiores com sucesso semelhante ao alcançado com enxertos de pele convencionais de espessura total.
Foram incluídos pacientes que utilizaram enxertos de pele de espessura total com preservação de tecido adiposo para reconstrução de defeitos cutâneos. A indicação para o enxerto de pele, a localização anatômica dos defeitos e das áreas doadoras, o tamanho do enxerto, o número total de enxertos recebidos por cada paciente e a porcentagem de integração foram extraídos dos prontuários dos pacientes. A integração foi medida entre os dias 5 e 14.
Um total de 72 enxertos de pele com tecido adiposo em 47 pacientes foram identificados de 1994 a 2009, com um acompanhamento médio de oito anos. O tamanho do defeito variou de 0,7 a 210 cm2, com uma área média de 6 cm2. Apenas seis dos 72 enxertos tiveram integração menor que 100%. A porcentagem de integração mais baixa foi de 85% em um enxerto com uma área de 2,6 cm2. Não houve perdas totais de nenhum enxerto.
Como conclusão, os autores confirmam que os enxertos de pele com tecido adiposo maiores e distantes da área doadora são uma alternativa viável ao enxerto de pele convencional e totalmente desengordurado. Há indícios de baixa taxa de complicações em relação à falha no enxerto ou à integração incompleta dele.
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http://journals.lww.com/plasreconsurg/Fulltext/2017/09000/Adipose_Tissue_Preserved_Skin_Graft__.31.aspx