A lesão por inalação de fumaça, também conhecida como lesão inalatória (LI), é um fator de risco independente para mortalidade em queimaduras, sendo que o seu gerenciamento é inerentemente complexo.
O objetivo do estudo, publicado no periódico Burns, de agosto de 2018, foi fazer recomendações para a melhor prática na gestão da LI e de suas sequelas, revendo todas as evidências atuais disponíveis para fornecer uma abordagem baseada em evidências.
Foi realizada uma busca sistemática da base de dados Cochrane e Embase, usando as diretrizes do PRISMA, sem critérios de exclusão de população de pacientes. Os artigos publicados foram revisados e classificados pelos níveis de evidência.
Para inclusão, foram identificados 521 resumos. Deste total, apenas 84 artigos acabaram adequados à revisão, sendo que 28 foram excluídos, resultando em 56 artigos adequados para inclusão final.
Como conclusões, a revisão foi capaz de identificar uma série de estratégias no diagnóstico e tratamento da LI, que tem suporte na literatura publicada, incluindo o papel da broncoscopia, da hipercapnia permissiva, da heparina nebulizada e do uso da hidroxicobalamina.
Outras estratégias não se mostraram prejudiciais, mas as respectivas eficácias também não estão firmemente estabelecidas, como ventilação oscilatória de alta frequência e surfactante exógeno. Antibióticos profiláticos e corticosteróides não são recomendados.
Em geral, a evidência publicada para LI é principalmente nível III ou abaixo disso, devido a uma notável falta de estudos humanos em larga escala. Isso representa um desafio para prática de queimaduras baseada em evidências como um todo.
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https://www.burnsjournal.com/article/S0305-4179(17)30643-5/fulltext