Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Cicatrização hipertrófica: o maior desafio não resolvido após queimaduras

Apesar dos grandes avanços no tratamento de queimaduras extensas, que possibilitam uma sobrevida global maior ao paciente, ainda persiste o desafio de lidar com as cicatrizes hipertróficas. Elas chegam a atingir até 70% dos pacientes, gerando sequelas funcionais e psicossociais que prejudicam a reabilitação, diminuem a qualidade de vida e retardam a reintegração à sociedade.

Para melhorar a cicatrização de feridas por queimaduras, as abordagens mais recorrentes consideram desde cuidados no tratamento até melhores processos de planejamento das cirurgias. Apesar dos esforços, é frequente a falha das abordagens, resultando na modulação da cicatriz. Assim, a indicação ideal, o tempo e a combinação de terapias ainda precisam ser estabelecidos.

A necessidade de novos tratamentos é primordial. Neste sentido, os esforços futuros para melhorar os resultados e a qualidade de vida devem incluir a otimização da cicatrização de feridas, na busca por atenuar ou prevenir cicatrizes hipertróficas. É fundamental que sejam realizados ensaios clínicos bem delineados para confirmar a eficácia do tratamento e elucidar os mecanismos moleculares, assim viabilizando o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e terapêuticas.

Em artigo publicado no Lancet, um grupo de pesquisadores discute estratégias para o tratamento de feridas e cicatrizes de queimaduras. Embora o artigo seja de 2016, ele ainda se mantem muito atual e relevante, estando agora com acesso livre no periódico. Os autores identificaram áreas que precisam de mais pesquisas para reduzir as cicatrizes pós-queimaduras e melhorar a reabilitação e reintegração na sociedade dos sobreviventes.

Além disso, os pesquisadores discutiram questões comoa fisiopatologia da cicatriz pós-queimadura, os cuidados na fase aguda das lesões, a avaliação do impacto da presença da cicatriz, os modelos para estudo da cicatrizpós-queimadura, as alternativas de tratamento não cirúrgicas como massagem, compressão, silicone, uso de corticosteroides, laser e terapia por luz e transferência de gordura autóloga, além das alternativas cirúrgicas. O componente genético da cicatrização também é abordado.

Leia mais aqui:
https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140-6736%2816%2931406-4