Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo

Aloenxerto injetável de matriz adiposa suporta a remodelação do tecido adipogênico no rato atímico e em humanos

Um grupo de pesquisadores norte-americanos investigou o uso de aloenxerto injetável de matriz adiposa como alternativa para a remodelação do tecido adipogênico. A investigação se mostra relevante por conta da incapacidade de expansão ou renovação significativa dos adipócitos, sob condições fisiológicas normais, após a puberdade, quando a estase celular é consolidada.

Dessa forma, a medicina carece de alternativas terapêuticas para casos de lipodistrofias progressivas, cicatrização e reparação de danos em tecidos moles, especialmente por resultado de mastectomia e deformidades traumáticas, pois o tecido adiposo não se renovará. A investigação foi realizada pelas Universidades de Pittsburgh, da Florida e de Nova York, sendo que os resultados foram apresentados no periódico Plastic and Reconstructive Surgery de fevereiro de 2019.

Segundo os autores, um processo que compreende etapas separadas de remoção de lipídios e material celular de tecido adiposo foi desenvolvido, criando um ambiente com temperatura estável de aloenxerto de matriz adiposa. Fatores de crescimento e proteínas da matriz relevantes para angiogênese e adipogênese foram identificados por ensaio imunoenzimático e imunohistoquímica, e a integração do tecido mole subcutâneo de aloenxerto de matriz adiposa foi investigada in vivo em ambos, no rato atímico e no dorso do pulso humano.

O aloenxerto de matriz adiposa manteve componentes estruturais e fatores de crescimento endógenos. In vitro, células-tronco derivadas de tecido adiposo cultivadas em aloenxerto de matriz adiposa foram submetidas à adipogênese na ausência de meio, que estimula a diferenciação adipogênica. In vivo, o modelo animal mostrou a formação de vasculatura seguida de segmentos de tecido com perilipina A-positiva.

O aloenxerto de matriz adiposa manteve o volume do tecido mole no dorso do punho numa investigação de quatro meses, sem efeitos adversos, tornando-se à palpação consistente com o tecido adiposo subcutâneo.

Como conclusão, os autores notaram que a implantação subcutânea de aloenxerto de matriz adiposa carregada com fatores angiogênicos e adipogênicos retidos serviram como um suporte indutivo para sustentar a adipogênese. A incorporação de tecido avaliada histologicamente tanto no local de injeção subcutânea no rato atímico durante seis meses e quanto na região dorsal do punho humano apresentou morfologia de adipócitos residentes dentro do arcabouço injetado.

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https://journals.lww.com/plasreconsurg/fulltext/2019/02000/Injectable_Allograft_Adipose_Matrix_Supports.21.aspx